segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Piriquito brilha no Natal

Não costumo ir a eventos públicos (inaugurações e afins) e nem ver crianças se apresentando, por mais que seja minha sobrinha, eu sou desnaturado e não costumo ir mesmo.


Ontem, como houve uma junção dos dois, eu fui. Inauguração do Papai Noel de 15 metros na Praça Tamandaré e inicio do tal “Brilhos de Natal”, onde as crianças do coral cantaram músicas natalinas. Entre as chicas, estava minha sobrinha Larissa. Linda.


Eu não lembrava que 15m era tão grande. Ficou lindo aquele velhinho barbudo na praça! Só acho que deveriam ter deixado ele pronto para inauguração, e não deixar pra terminar de pintar as botas dele lá na hora.


Esse é o tipo de construção que se não cuidar, um dia os vândalos acabam destruindo, escalando ou pondo fogo.


Não gosto de eventos assim por causa muvuca que se forma. Aquele monte de gente me dá fobia. Pessoas gritando, suadas e de regata me dão nojo. Já deu pra perceber que não sou muito chegado em um agito, né?


E querendo ou não, um evento público é sempre invadido pelo “povão”, que na maior parte não tem educação e admiram sua própria ignorância. Mas não era só o povo mal-educado, o prefeito também pisou na bola.


Quando o chamaram para discursar, além de todos os milhares de agradecimentos e babações de ovo, ele não parava de falar. Falava de mais. Antes fosse se ele só falasse, mas ele gritava. Atuava.


Todos sentiam a “atuação” porque ninguém é bobo de acreditar que alguém fica tão empolgado e histérico daquela forma pelo simples fato de inaugurar um Papai Noel.


Então o povo não agüentava mais. E pra ajudar na noite-apocalíptica-do-evento-municipal o tempo estava fechando. Pareciam as gravações de 2012: aquele homem berrando, as pessoas ansiosas, trinta crianças do coral esperando pra cantar e o céu avisando com relâmpagos “vai chover aêee”.

Então, naquela aflição, os pais começaram a gritar “coral, coral, coral” para que ele encerrasse o discurso e deixasse seus filhos cantarem.


Não adiantou de nada, a única coisa que fez o prefeito cair em si foi a chuva que começou a cair nele. Muita chuva. Muita.


Então ele saiu, e as crianças, embaixo daquela aguaceira, começaram a cantar algo do estilo “Noite Feliz”. Ironicamente. Que estava mais para “Noite Fiasco”, porque pra ajudar, deu problema na parte elétrica, deu um estouro, todas as luzes da praça apagaram e desligaram os microfones, caixas de som e afins.


Pronto. Todo mundo achou que o mundo ia acabar e saíram correndo, inclusive as crianças do coral.


Achei de extremo mal gosto o prefeito estender o seu discurso daquela maneira vendo a chuva que estava por vir. Principalmente pelas crianças e pelo outro coral que ia se apresentar. Ele queria roubar a cena. Aliás, essa é atitude mais comum entre os políticos.


E não deu outra!

[momento Drummond]

começou a chover,

as crianças se molharam,

não se apresentaram,

a luz apagou,

a festa acabou,

o povo sumiu

e só ele falou.

E agora, Prefeito?

Que falta de consideração.

Que feio.