quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

O essencial é invisível aos olhos

Dizem nossos manezinhos da Ilha que no inicio do século o povo da praia do Campeche recebeu uma visita um tanto quanto inusitada. A história conta que um avião pousou naquela região e o piloto, era ninguém menos que Antoine de Saint Exupéry, o autor de “O Pequeno Príncipe”. Era uma época onde pousar de avião não era tarefa para qualquer um, e precisando de ajuda, ficou amigo do pescador Seu Deca, residente em Floripa.

Essa história foi passada de geração em geração, tornando o local conhecido por este acontecimento, tendo até mesmo uma avenida batizada de “Avenida Pequeno Príncipe”.

Para os mais letrados, esta visita não passava de “história de pescador”. Seu Deca foi considerado um “Pequeno Príncipe às avessas”, já que vivia enchendo a boca para contar sobre o Exupéry e poucos acreditavam. Dizia ele, que sem saber pronunciar o nome do Francês, o autor foi carinhosamente apelidado pelos manezinhos da Ilha de “Zé Perri”.

Uma pena que S. Deca morreu sem poder provar que realmente Exupéry se encantou com a beleza da Ilha e seus costumes, pois ano passado ele foi lembrado por todos da região. O sobrinho-afilhado do escritor francês veio até Florianópolis conhecer o local que foi, por um bom tempo, motivo de anotações nos cadernos do tio... e agora, para surpresa de todos, sabemos que tudo é a mais pura verdade e que os dois, de fato, se cativaram.

Uma história um tanto quanto parecida se repete aqui bem pertinho de Floripa, em Balneário Camboriú.

Já é antiga a lenda na cidade que há muito tempo, um avião “inglês” pousou na orla de Balneário, atrás de um combustível especifico. O povo sem entender muito bem o idioma, não teve uma comunicação de sucesso, mas devido ao luxuoso transporte e pela maneira cordial em que foram tratados, disseram a todos que quem estava dentro daquele avião era ninguém menos do que a Rainha. De tanto os “antigos” falarem nessa história, aquele pedacinho de chão foi nomeado de “Estrada da Rainha”, lá no Pontal Norte. Hoje poucos sabem dessa história.

Se era mesmo a Rainha, não se sabe. Todos que presenciaram o momento fazem questão de contar essa história para seus filhos e amigos. Por que não acreditar que era mesmo a Rainha, ou então, na melhor das hipóteses, achar Exupéry também veio dar o ar da graça aqui na Maravilha do Atlântico Sul? É uma inspiração e tanto!

Pelo menos temos história pra contar. Estou pensando em inventar alguma para explicar o nome do “Morro do Baiano”. Que tal dizer que o baiano Caymmi, então só, passou por aqui ao errar o caminho de Maracangalha?


Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas