terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Percy Jackson


Acabei de chegar do cinema, assisti “Percy Jackson e o ladrão de raios”. Só pelo título vocês devem imaginar o meu desprezo inicial pelo filme, né? Pois é, mesmo assim resolvi enfrentar aquelas duas horas.



Vendo que a fórmula do Harry Potter deu certo e que ninguém mais agüenta o “bruxinho”, tentaram fazer algo no estilo. Como diria minha vó, “mudaram as moscas, mas a merda continua sendo a mesma”. Um menino do mundo real descobre que tem uma missão num mundo obscuro e que ele é “especial”. Pronto. A partir dessa idéia nasce a história. Percy é filho do deus grego Poseidon com uma humana, ou seja, um semideus.



No inicio eu tava achando bobo demais. O menino descobre que é filho de um Deus e continua a vida normal? Não deu nem um tweet sobre o assunto? Meu espanto já começaria por “deuses gregos realmente existem”.



Depois então quando descobrisse que um dos deuses é meu pai, acho que procuraria um analista imediatamente! Sei lá, fazia um post aqui no blog na mesma hora! Mas ta, na hora pensei: “tudo bem, vamos entrar no clima né...”. Então vi que ninguém mais se espantava com isso, que a professora também era um demônio, que o amigo dele era um bode, que o professor também tinha poderes... e por aí vai! Nem deu pra entrar no clima. Do nada o menino descobre tudo isso, sem antes nunca ter ouvido falar sobre o assunto. Não criaram clima e tensão.



No decorrer do filme diversos seres mitológicos são apresentados, o que torna a história interessante. Mostram os conflitos, os dons e tudo a respeito. Depois que a história enguiçou, tudo foi muito bem construído, gostei... talvez pelo fato de ter ido sem expectativa. È um filme bem comercial, a cada cena vemos o dinheiro que estão esperando de retorno, mas por ter a mitologia grega como pano de fundo, toda aquela ficção se torna interessante.



Em algumas partes me senti meio mal... não pelo filme, mas por mim. O protagonista é um ator jovem, bonito e com olho azul. Enquanto isso estava lá eu, esparramado numa poltrona de cinema, comendo pipoca e tomando refri. Sabe aquela revolta de inveja que às vezes aguça nossos instintos? Então, aparecia em mim toda vez que eu olhava pra tela e depois me via segurando uma garrafa pet de 600ml de celulite (ops, quis dizer Pepsi)





O ponto alto do filme é a Uma Thurman como Medusa. Adorei. Ainda mais porque os personagens desfilam só com a cabeça dela! Outra coisa que eu gostei é que dentre os três jovens que saem na jornada final, houve a inclusão social. Um deles, além de negro era deficiente. Geralmente são personagens estereotipados, né?



Quero um dia fazer um filme nesse estilo, só que bem brasileiro mesmo! Já ia começar mudando o título, ao invés desse aí complicado em inglês ia ser Pedro. E o sobrenome seria Silva. Isso mesmo. Pedro Silva e o ladrão de... de... de... ai, não sei ladrão do que ele seria, mas num país como o nosso não faltarão opções.



- Percy Jackson o c******, meu nome é Pedro Silva p****!!!



E nada de ser filho de deus grego! Seria filho de Yemanjá e sobrinho do Saci. Vamos valorizar o que temos!