terça-feira, 30 de março de 2010

Despertador mãe

Sabe, morar sozinho, sem o paninho quente da mamãe não me fez sentir falta da comida pronta e da roupa lavada, mas de uma outra coisa: do despertador que minha mãe era.

- Rodrigo, acorda, já são oito horas. Vai trabalhar.

E era assim, desde criança:

- Digo, levanta, é hora de ir ao médico...

- Filho, vai se arrumar pra ir pra aula, desse jeito vai se atrasar.

Muitas pessoas enjoam do toque do despertador, pegam trauma daquele som que destrói um bom sono! Já eu, enjoei do meu nome. Infelizmente tive que associar. Mas de uns dias pra cá, eu percebi a falta que isso me faz!

Por exemplo, nenhuma programação que eu faço me deixa tranquilo quando lembro que tenho que acordar cedo, ao contrário de quando eu tinha minha mãe. Aliás, eu ainda tenho minha mãe, desse jeito parece que ela morreu. Me refiro a ela aqui comigo... que não me acorda mais... claro que se tivesse morrido, não seria sobre ela ser um despertador que eu falaria, né não?

segunda-feira, 29 de março de 2010

Hora do Planeta

Que dia bonito hoje, hein? Vocês não se sentem melhor? Como assim, “melhor pelo quê”? Pela “hora do planeta”, ué!


A famosa “Hora do Planeta” já acontece há alguns anos, uma iniciativa da rede mundial WWF para conscientizar a população sobre mudanças climáticas, sugerindo a todo mundo que durante uma hora do dia apaguem todas as luzes.

O mundo todo participa. Vários países ajudam apagando a iluminação de famosos pontos turísticos, como a Torre Eiffel em Paris, o Big Ben em Londres e a Ilha das Cabras em Balneário Camboriú (SC). Hhahaha, colocar a Ilha das Cabras no mesmo nível de Paris e Londres foi mal, desculpa aê...

Então, este ano o “projeto” ocorreu no último sábado. Não perceberam que durante às 20h30 e 21h30 muitas casas estavam com as luzes apagadas? Pois é, era por isso seu bobão, não me vai dizer que achou que as pessoas foram dormir tão cedo num sábado?

É um projeto legal. Cinematograficamente legal. Uma idéia a la Dali e Buñuel, mas penso: ajuda mesmo? Conscientiza alguém? O que adianta fazer a “sua parte” e logo às 21h31 voltar a destruir o planeta? Lembrando que a idéia é essa: conscientizar, uma forma de protesto; e não economia, por que uma hora de luz apagada sabemos que não salva ninguém. Pensem bem antes de taxar a iniciativa como “hipocrisia”.

A idéia é boa por ser uma oportunidade de fazer o mundo refletir sobre suas próprias atitudes, causas e efeitos, em conjunto; porém, a hipocrisia vem dos governantes que fazem um estardalhaço desta campanha, como se isso fosse a solução imediata para algum problema.

Deveriam ter decidido algo pelo planeta naquela convenção que teve em Copenhagen, onde o clima só esquentou (em todos os sentidos) e não saiu porcaria nenhuma de acordo.

Muita gente não ficou sabendo da iniciativa pq as emissoras de TV não são bobas de anunciar, né? Deveriam fazer como no horário de verão, orientando a troca de horário... com a mensagem de “desliguem seus televisores”. A informação sobre a iniciativa correu mais pela internet, para o azar dos anunciantes, que pagaram fortunas pra colocar uma propaganda no horário nobre e o povo desligou a TV.

Eu fiz minha parte. Desliguei tudo movido a energia elétrica, com exceção do ventilador, pq morrer de calor justo na hora do planeta ninguém merece, né? Como me achariam nessa escuridão?

E pior seria o espírito, imaginem a dificuldade de caminhar pra luz na “hora do planeta”?


Essa foto é da Torre Eiffel, linda não? Mesmo apagada, o charme da Cidade Luz não desaparece nem por um segundo. Aqui no Rio, se resolvessem apagar a luz da cidade toda, capaz de levarem até o Cristo! Eu soube que sábado a noite, durante a “hora do planeta”, apagaram 7 só na Rocinha!

Sem contar os gritos... “Ei, quem passou a mão na minha bunda?”, ou então choros, dentro do metrô “Mãe, mãe... nós vamos morrer?”. E na novela então, com o Zé Mayer por perto, imaginem quantas grávidas vão aparecer?

Me senti Deus quando a “hora do planeta” estava se esgotando. Já cheio de hematomas, por tropeções, fui até o último andar, olhei a cidade ao redor, naquele escuro nada me interessa, eu finjo ter pressa, me preparo, sinto-me como Zeus no Olimpo, ta dando 21h30 e grito...


– Faça-se a luz!


E a cidade se acende. Repito em latim, “fiat lux”. O poder está em minhas mãos. Então eu volto, ligo a TV e me deito... sentindo muita pena das pessoas em coma, que morreram nos hospitais que resolveram participar (é mentira, ta?).

Ou então das grávidas, que tiveram de esperar uma hora pra dar a luz... espero que não tenham apagado o namorado da Madonna por engano.


Dúvida cruel: quem teve coragem de apagar as luzes em Brasília? Logo no Planalto?

domingo, 28 de março de 2010

Dieta


Se assim como eu, você está pretendendo fazer um regime quando passar a Páscoa põe o dedo a-qui-que-o-a-ba-ca-xi-já-vai-fe-char!

Na real não vai fechar não, vou parar de mentir pra você. Isso, claro, desde que você pare de mentir para si mesmo, pq vamos falar francamente, essa dieta, ou tantas outras que você programou pra começar em alguma segunda-feira, não vai sair. Não por que você não tenha palavra, mas pq quando se quer de verdade, fecha a boca e pronto, sem estipular prazos e datas.

Um amigo no twitter (@Biliz_) disse que começou uma essa semana e está indo bem, porém acredita que ela vai morrer na Páscoa. A dica que eu dou para quem está nessa mesma, que cai nas tentações dessas datas festivas, é que se morrer na Páscoa, ressuscite no 3º dia. Isso mesmo. Conheço pessoas poderosas que conseguiram, se tornaram famosas e já estão na mídia há mais de dois mil anos.

Sei que eu não sou a melhor pessoa pra dar conselhos sobre dietas, os quilos falam por si. Mas eu tento. Já tentei a dieta da sopa, mas não deu certo: deu sopa, eu como; A dieta da hora, tipo resultado parcial da Tele-Sena: como de hora em hora; E até a dieta da roupa, já que preto emagrece, fiz algumas vezes chá de blusa preta, mas de nada adiantou.

Comece por pequenas mudanças no seu dia-a-dia... aquelas dicas básicas dos nutricionistas: ao invés de usar o elevador, suba as escadas; para ir ao mercado, deixe o carro de lado e vá a pé. A partir desses conceitos, visando minha saúde, desisti de comprar um carro e me conformei em morar numa casinha simples, que nem precisa de elevador pra me tornar mais sedentário. E mais: descobri que a televisão engorda, então já sabem né, parem de comê-las.

O jeito é rezar.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Tarda e falha sim


Mesmo a culpa do casal Nardoni estando bem explicita e a acusação nas mãos do excelente promotor Cembranelli, tenho medo da nossa Justiça. Não sei se as pessoas percebem, mas quando a justiça tarda, já está falhando. Justiça tem que ser feita agora. E ser cumprida sempre.

Alguns casos me surpreendem. O maior exemplo é dos assassinos da atriz Daniella Perez, que estão soltos. Mesmo admitindo a brutalidade, Guilherme de Pádua é pastor em uma igreja de Minas e Paula Thomaz virou advogada. Ironia, não? Um pregando a palavra de Deus, e outro da justiça. E mataram uma pessoa com 18 punhaladas. Quero saber se ele, tão violento e frio (a ponto de consolar Glória Perez, a mãe de quem ele matou) tem uma procuração pra falar em nome de Deus, já que tanto repete que está perdoado.

Boa parte do povo é burro, não estão nem aí para os fatos. Fecham os olhos para a realidade. Se comovem na hora, mas se esquecem da gravidade com o passar do tempo. É sobre o povo que pergunto: loucos ou cruéis? Exemplo clássico é daquela moça que casou com o Maníaco do Parque, mesmo sabendo que ele matou diversas mulheres antes dela.

Não posso dizer que sinto vergonha em ser brasileiro, por que não é só aqui que temos problemas com a impunidade. Até no Vaticano. Aliás, é tão clichê falar de padres pedófilos que às vezes isso soa mais como lenda do que realidade, talvez por este motivo tantos casos passam batidos. Uma coisa que está me intrigando sobre esse padre que abusava das crianças surdas-mudas, e que o Papa acobertou, é que só veio à tona agora que uma jovem abusada por ele veio à mídia. Mas ela fala?

Como cantaria Ana Carolina, lésbica e parte de um grupo que defende uma bandeira discriminada pela Igreja, e não por pedofilia, ao contrário dos padres que lá estão abusando de meninos e que são tão gays quanto: “peço paz aos filhos de Abraão, quero Gandhi na melhor versão”. E nada te faltará.

Ponto de Impacto


Eu nunca havia lido um livro do Dan Brown. Lembro que quando saiu “O Código Da Vinci” vi uma resenha interessante e tentei ler, mas não consegui sair das primeiras páginas. Sei lá, falavam tanto dele que me dava preguiça.


Mês passado peguei “Ponto de Impacto” pra ver sobre o que se tratava. Nasa, agentes secretos, NRO e política americana, nada a ver comigo. Então comecei a ler.

Me surpreendi com a qualidade. A escrita dele não é nada de outro mundo, até bem simples, mas a capacidade de formular conspirações e teorias é impressionante. Admiro muito quem consegue criar boas histórias, muitos laços e entrelaçá-los de uma forma que prende a atenção do leitor.

Quando terminei de ler fiquei abismado com quantidade de informação que adquiri, porque mesmo sendo ficção, a história tem um pano de fundo real, então ele descreve com detalhes cada cenário, cada Organização, dá todas as informações sobre o que está falando para que o leitor entenda a situação como se já manjasse sobre o assunto. Uma verdadeira aula. Logo, da história em si, devo me esquecer em breve, mas informações como lendas que povoam a Casa Branca, confusões do cenário político americano ou certos momentos históricos da NASA, com certeza, durante muito tempo ainda vão servir de base para mim. Vou procurar mais esses autores da grande massa.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Irritar sem fronteiras


Sem telefone para contato aqui no Rio, fui na Tim comprar um celular novo. A moda agora é aproveitar a promoção Infinity Pré... vou dar uma de Aracy, da TopTherm: Com o Intinity Pré você liga para qualquer TIM e paga apenas R$ 0,25 centavos pelo primeiro minuto! Isso mesmo!


Então no processo da compra, tive que passar todos os meus dados (isso porque eu só queria um chip). Perguntaram tudo. Até qual minha cor de jujuba preferida. E eu precisava passar um telefone para contato.


Como assim? Se eu to indo comprar um telefone, talvez seja porque eu não tenha um! Vai dizer que no mundo de hoje não existem mais pessoas que ficam sem celular e precisam comprar um novo?

- Senhor, só posso efetuar a compra com um número do senhor para contato aqui no Rio de Janeiro.


- Mas eu não tenho, moço! Justamente por isso que to aqui comprando.


- Assim vai ficar difícil.


Ai que atendente abusado. Ai que vontade de ligar pro Procon. Eu estava indignado:


- Não entendo... lá onde eu moro não é assim, não precisa disso...


- É, mas aqui temos este processo. Aqui não é onde o senhor mora.


Deu vontade de responder que SIM, aqui é SIM onde eu moro. Pelo menos a partir de agora. Não dá pra entender essas empresas que fazem milhões de propagandas pra vender e quando o cliente quer comprar parece que tentam evitar, como se tivessem fazendo um favor para mim, sendo que é o contrário, eu que estou dando opção em comprar com eles. Se não fossem os vinte e cinco centavos de cada ligação eu teria desistido!

terça-feira, 23 de março de 2010

Paladar mandarim

Acabei de chegar da rua, fui resolver uns problemas relacionados a minha documentação (falando assim pareço ilegal, né?) e comi no “China in Box”.


Acho que não existe comida mais nojenta do que o Yakisoba. Primeiro pq eu não sou muito fã de macarrão, principalmente espaguete, que parecem minhocas. E quando colocam queijo-ralado então, lembram minhocas enroladas na areia. Ai, é sério gente, eu tenho essa frescura. E o Yakisoba, além de macarrão, vem com aquele molho cheio de legumes e verduras, uma mistureba, que esteticamente, não é nem um pouquinho agradável. O do “China in Box” vem com uns brotos de bambu cortados de uma forma que lembram cebola, então mesmo não tendo essas malditas ali, sempre que vejo, lembro delas.

Mas tudo bem. Abri uma exceção no meu cardápio por que fiquei com vontade (desejo, acho que to grávido) e pedi um prato de Yakisoba... cheio de brotos de bambu, que apesar de lembrarem cebolas, eu adoro – minha tática é comer de olhos fechados, o que os olhos não vêem, o coração não sente! E num restaurante chinês, comer com os olhos fechados só faz os outros pensarem que você é um dos donos, então nem fica estranho. Só abri pra ler a “Sorte” que vem dentro daqueles biscoitos.

Falando nos biscoitos, alguém sabe me dizer como eles são colocados lá dentro? Antes de assar? E não tem risco do papel grudar na massa e as pessoas comerem por engano?

Ao contrário de muitas pessoas, quando como “chinese food” não me sinto oriental não. Me sinto em Manhattan. Ao lado da Miranda, Carrie, Samantha e Charlotte.





Ao vir pra casa, vim de ônibus. Antes de ir pro ponto, recuperei o fôlego de tanto comer e deixei a comida descer um pouco (ai que primitivo falar assim), porque ninguém merece sair num busão pulando loucamente de barriga cheia né?

A experiência no bus foi traumática. Apesar d’eu gostar muito dessas aventuras (até mesmo quando não tem banco e eu fico de pé naquelas curvas do Joá, me sinto no Beto Carreiro), juro que um dia, se tiver oportunidade de fazer um filme, vou me inspirar em “Um bonde chamado Desejo” pra gravar aqui no Rio “Um ônibus chamado suvaco”. Com “U” mesmo.

Ai, como tem gente porca nesse mundo. Não conhecem banho, chuveiro, sabonete? O governo deveria, além de vale transporte e vale alimentação, exigir que algumas empresas dessem vale desodorante!


Uma coisa engraçada que eu noto aqui, é que eu povo faz fila pra pagar ônibus. Engraçado que eu digo é no bom sentido, não que eu ache graça em ver trabalhadores dependendo de transporte público, mas é que eles são organizados e respeitam a vez no ponto... é sério, fila indiana mesmo, um atrás do outro pra subir no busão. Não é que nem em BC que quando a Praiana chega o povo sai que nem louco pra garantir um lugar sentado. Isso é coisa de animal. Mas claro que não adianta ser apenas educado, tem que ter higiene também. Melhor um animal cheiroso do que um educado fedido.

De dentro do ônibus, vemos como espectadores, muitas coisas acontecerem pela cidade. E passamos também por vários cenários. Um dia vou levar a máquina fotográfica junto pra registrar algumas coisas e postar aqui.

No meu cel tem várias imagens, mas não consigo passar pro pc... tem imagens curiosas, como por exemplo de um grupo de pessoas que rezavam em frente a um incêndio que estava acontecendo no Centro (e que destruiu um casarão histórico); de vendedores ambulante vendendo o DVD pirata de “Avatar”, dizendo que era versão 3D - e vinha com óculos; ou de estabelecimentos com nomes não criativos, como por exemplo “Pizza Legal”. Poxa vida, dá vontade de perguntar pro dono: é assim que você classifica sua pizza? Legal? Que coisa sem graça! E pior ainda, na caixa da pizza vem uma foto dela sorrindo! Se pagando de legal!

Também tem o HortiFruti Varejão. Varejão? Isso não lembra aquela mosca grandona?



Será que é o melhor nome pra se colocar num lugar que vende hortaliças? Acho que não.


E pra finalizar, vi uma farmácia interessante, se chamava “DrogasMil”.


No Rio de Janeiro, pôr esse nome no seu próprio estabelecimento? É suicídio empresarial!

Só dá isso


Biscoito Globo,

Açaí
e Guaravita

N
ão, não é música do Djavan, esses são os principais “petiscos” dos cariocas. Incrível como vende isso por aqui, em quase qualquer esquina!

domingo, 21 de março de 2010

Mentos

Entrei no ônibus e estranhei o fato de cada passageiro estar com uma caixinha de Mentos nas mãos. Será que é um costume carioca que eu ainda não percebi? Ou é só coincidência entrarem apenas pessoas que comem mentos nesse ônibus?

Só então entendi, um vendedor ambulante distribuía caixinhas, com um papel, para cada pessoa. No papel dizia para ajudá-lo, comprando uma caixinha de chiclete, porque tinha não-sei-quem pra sustentar e era portador de não-lembro-qual-doença.

Engraçado que é clichê e eles não mudam o texto, sempre começam com o papo de que poderiam “estar roubando, poderiam estar matando, mas não, estão aqui pedindo/tentando vender um chiclete”. Alguns dizem o texto tão decorado, mas tão decorado, que mais parece BBB fazendo novela.

Já outros vendedores ambulante possuem um nível mais avançado, chegam até a fazer venda global. Observam o melhor ônibus para oferecer, analisam os passageiros, e já no corredor do bus usam o poder de percepção para saber a quem oferecer. Depois de convencerem, ainda oferecem uma água, tentando explorar ao máximo o potencial de compras do cliente. Como se não bastasse já tudo isso dentro de um ônibus, saem fazendo a pós-venda, perguntando se está bom e coisas do tipo. Fico impressionado.

sábado, 20 de março de 2010

Gaiola das Loucas



Está em cartaz no Teatro Oi Casagrande no Leblon o espetáculo “Gaiola das Loucas”, com ninguém menos do que Miguel Falabella e Diogo Vilela. É a primeira vez que os dois dividem o palco!

sexta-feira, 19 de março de 2010

Tenso

No post passado falei sobre o macabro turismo de visitas a túmulos, então, ainda sobre esse assunto, deixem eu contar uma situação que vivi no Cemitério São João Batista. Não, eu não sou gótico.

Nas férias de julho, eu vim com a minha namorada (hoje ex) para o Rio. Ela é muito fã do Cazuza e queria conhecer o lugar que ele estava, então a levei lá.

Aqui no Rio, para fazer uma programação, você tem que colocar sempre 1 hora a mais, tudo é longe e você nunca sabe como estará o transito. Eu e ela deixamos para ir ao cemitério a tarde, pegamos vários ônibus e só chegamos no finalzinho do dia.

Chegando lá, demoramos um pouco até achar o túmulo do Cazuza. Sozinhos e sem ter para quem perguntar, fui seguindo meus instintos de quem já "estivera" lá anos atrás. Encontrei. Lá estava o poeta. Ela viu, chorou, rezou, tirou foto e saímos. Não tinha sequer uma alma viva naquele horário (se é que me entendem).

Com toda a demora pra chegar, já tinha anoitecido. Estávamos tensos dentro daquele cemitério. Era noite e só tinha eu e ela ali, sozinhos (pra não dizer outra coisa) por aquelas imensas “trilhas”. E vocês sabem como a mente humana funciona, só de pensar em certas coisas já começa a inventar medos. Aquelas estátuas, o silêncio, folhas secas no chão... e quando a gente pisava em uma? O barulho cortava a noite! E aqueles túmulos que são “casinhas”? Davam arrepios! Pior foi quando eu olhava, fixo, para um gato, achando que era estátua e ele saiu andando!



Chegamos no portão principal. Estava fechado. E agora, Rocha? O que fazer? Não tinha ninguém ali na guarita e os muros eram alto demais pra tentar pular. Arriscar um coisa dessas só me tornaria residente dali.

Em meio a uns túmulos, vimos uma pessoa andando. Magro, com uma pá na mão, vinha em nossa direção. Eu e ela, tensos por não saber se era vivo ou morto, fomos até ele perguntando onde era a saída. Quando o mistério é demais, não ousamos arriscar. Era um sujeito estranho, não dava pra ver direito o rosto, tava de boné, e além de estar escuro, ele era negro, parecia que só tinha duas bolinhas brancas nos olhos e alguns pontinhos brancos na boca - porque não tinha todos os dentes. Sem racismo, ok.

Mas então, aquela figura, naquele cenário, deixava o clima mais sombrio... ele indicou uma porta lateral, deveríamos atravessar todo o cemitério, e lá no fundo, no canto esquerdo, tinha uma saída. Agradeci a ele e disse que sentia medo em andar a noite pelo cemitério, então ele disse que também sentia isso quando era vivo... ahahahaha, mentira, se ele tivesse dito isso eu não estaria aqui hoje contando isso. Tinha enfartado na mesma hora.





E lá fomos nós. A procura da porta lateral. Foi horrível atravessar aqueles corredores, onde não são túmulos tradicionais, mas gavetas. Parece que você está trancado, tem que andar naquele vão, entre duas paredes cheias de gavetas com corpos. Se fosse de dia, a situação não seria tão tensa.

Chegamos até a porta lateral, do canto esquerdo, e estava fechada. Então fomos em direção ao lado direito, e lá tinha um vão para saída. Uma portinha pequena. Conseguimos sair, salvos de qualquer ataque de zumbi, mas não do nosso medo.

Passeio como aquele, nunca mais! Quando vocês forem fazer algo do tipo, não esqueçam de perguntar o horário que fecha o cemitério e se possível, peçam um mapa com todas as portas disponíveis!


quinta-feira, 18 de março de 2010

Turismo macabro

Um turismo pra lá de esquisito vem ganhando proporção cada vez maior aqui no Rio de Janeiro. Estou falando das visitas ao cemitério.

Muita gente desaprova esses passeios, já outros levam como hobby. Eu não estou em nenhum dos dois grupos, fico exatamente no meio. Em cima do muro mesmo (não do cemitério).

Particularmente, não me incomodo de entrar em um – desde que vivo, claro. Andar pelos corredores, ver aquelas estátuas, parar pra pensar. Acho que não existe melhor lugar para refletir sobre a vida num lugar onde existem várias que terminaram... pensar no que elas ainda queriam ter feito, o que pensavam em fazer, o que deixaram para trás, QUEM deixaram pra trás, e coisas do tipo. É intimidante.

O Cemitério São João Batista, que fica no bairro Botafogo, aqui do Rio, tem recebido diversos turistas que, com máquinas no pescoço, observam aquele gigantesco lugar. Guias de turismo (sim, já tem até isso) organizam grupos com temáticas diferentes, por exemplo “History”, onde saem mostrando túmulos de séculos passados, estátuas barrocas e costumes Imperais, ou “Famous”, que traça uma rota passando por túmulos de astros do rock, da História e outros ídolos do país, como Cazuza, Tom Jobim, Carmem Miranda, Ary Barroso e Santos Dumont.


Carmem Miranda

terça-feira, 16 de março de 2010

Beijo do fat

quis imitar minha com a Calcanhotto
Vou aproveitar que no post passado falei da Hebe pra fazer algumas observações. Tô parecendo uma vó, que só fala de programa "de velhos".

No programa dessa semana, estava ninguém menos do que a grande diva, musa, rainha Elza Soares, que além de arrasar cantando, teve direito a um "breve dueto" com Hebe, que entrou no clima e também soltou a voz.

Na semana passada, quem estava no programa dela era o Ney. Ontem, a Elza. Quem será na próxima segunda-feira? Gal? Calcanhotto? Ana? Tô com uma sorte!

Pois é gente, eu tô assim. Torcendo pela boa programação da TV. Aqui, nas minhas crises de insônia, sem internet, minha noite se resume a livros e TV. Tenho lido e assistido praticamente tudo que aparece pela frente.

Uma coisa que eu noto no programa dela é que está faltando atenção da equipe que cuida da parte publicitária. Por exemplo, um representante dos filtros Europa chegou no programa, fez toda a propaganda do produto, a Hebe passou o telefone, deu beijinhos nele, disse que vale a pena e que ela só usa esse, por isso mantém essa saúde.

Saúde. Como assim? Ela não acabou de sair do hospital?

Não querendo ser rude, mas essa não é a melhor coisa de se falar pra tentar vender um produto, não é?
*** Mudando de canal ***

Mudando de canal, na Globo, voltou o Programa o Jô. Ah, que maravilha! Ele ilumina minhas noites. Vocês viram que o Jô emagreceu 27 kilos? É, não fez "aqueeeela" difereça ainda, porque alguém como ele precisa perder muito mais para resultados significativos, mas de qualquer forma, ficou melhor e dá pra notar.

Jô deve ter pensado: "se até o Faustão conseguiu, porque não tentar?" Agora eu me pergunto, se todos esses famosos emagrecerem, vão me apelidar do que?

Ele está pesando 97 kilos. Já cheguei a pesar mais do que isso. Não é triste? Num belo dia você descobre que pesa o mesmo que o Jô Soares? Ou pior, MAIS do que ele! Logo o Jô, alvo de tantas piadas. Vou me cuidar, pq se as coisas piorarem, capaz de meus amigos apelidarem ele de Rocha.

Aproveitando que hoje é terça, só pra vocês terem certeza que ando vendo muita TV, tenho um apelo: FICA MAROCA!!!




A que ponto cheguei...

Gracinha


Que programão foi aquele da Hebe na segunda-feira passada? Desde que assisti, queria comentar. É sério. Me emocionei pra valer.

Hebe é uma das mais importantes e carismáticas apresentadoras que temos, teve presente em importantes momentos da estruturação da TV e é responsável por diversos momentos inesquecíveis da nossa Televisão.

Como todos sabem, Hebe passou por momentos difíceis em relação a sua saúde. Recentemente descobriu um cancêr no peritônio e começou o tratamento de seis sessões de quimioterapia. Devido a gravidade do problema e a idade, que já somam 80 anos, muitos ficaram com medo de que ela não se recuperasse e, para ser direto, acabasse nos deixando. O Brasil rezou para que tudo desse certo.

Para sair de uma situação dessas, muitos médicos dizem que é importante não se entregar, é fundamental que a pessoa saiba encarar e tenha consigo, sobretudo, bom humor. Esse requisito é marca registrada de Hebe. Que apresentadora nós temos que irradia mais energia positiva do que Ela?

Como um tapa na cara da doença, Hebe voltou com tudo semana passada e apresentou um programa que entrou para História e que mais tarde, com certeza, vai ilustrar aqueles almanaques que fazem sobre TV.

Além da volta da apresentadora ter sido no dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, também foi seu aniversário. Mais do que um programa, foi a comemoração de mais um ano de vida. Não sei se tinham mais convidados especiais no palco da apresentadora ou na platéia, porque o que tinha de gente importante naquele estúdio não era brincadeira.

Maria Rita, Leonardo, Ivete Sangalo e Ney Matogrosso estavam no palco! E na platéia tinham nomes como Ratinho, Marília Gabriela, Xuxa, Ana Maria Braga, Astrid, Eliana, Carlos Alberto de Nóbrega, Moacyr Franco, Roberto Justus e mais um monte de gente.

Dois momentos que eu me emocionei, muito, mas muito mesmo, foi quando entrou um vídeo do Silvio Santos dando os parabéns para Hebe, com um discurso digníssimo, e depois uma entrevista que ela fez com Roberto Carlos, cheio de emoções, declarações e música.

Espero que venham muitos e muitos anos de Hebe em nossas segundas-feiras. À ela, todo meu amor e votos de saúde e sucesso.


sábado, 13 de março de 2010

Rua do Mercado


Eu e Bruninha

quinta-feira, 11 de março de 2010

Qeu sjea dcoe

Inspirado no texto de Caio Fernando de Abreu. Uma versão para gordos.



"Então, que seja o que procuro. Todas as madrugadas eu acordo e como se tivesse um espírito me guiando, vou até a cozinha e abro a geladeira. Mas não é espírito coisa alguma, é gula mesmo. Repito como se fosse um morto-vivo atrás de cérebro, ao abrir um pote daqueles de sorvete na geladeira, bem assim: que seja doce; Mas para minha decepção, geralmente o que encontro dentro do pote é feijão. Não sei por que mamãe congela feijão nesses potes. Mas isso não me desanima: sou persistente e todas as noites eu continuo acordando e indo até a geladeira, para ver se encontro algum doce que faça minha serotonina aumentar e provocar ataques lúdico-aleatório no meio da tão silenciosa noite, repito sete vezes para dar sorte: que seja doce, que seja doce, e assim por diante. Para que então eu possa ir dormir rindo, e em meio um sonho e outro dar aquela gargalhada gostosa espantando todas as energias negativas que ali estão, acordando minha mãe e sobrinhos com um riso tão forte que nem daria tempo de alguém brigar porque começariam a rir junto. Mas, se alguém me perguntasse o que quero encontrar no pote, talvez não saiba responder. Tudo é tão vago como se fosse nada, mas que seja doce enquanto tenho fome."

quarta-feira, 10 de março de 2010

Falta

Pode até ter muita coisa aqui no Rio, mas não tem tudo. Não tem aquela que me ama. Também não tem a Gabe pra ir na benzedeira de moto comigo e ficar meia hora rindo em vinte minutos de conversa, não tem a Camila pra discutir assuntos que vão desde Ruy Castro até os arrepios da Cinira em “Tieta”, não tem o Robson pra aparecer de madrugada na minha casa me chamando pra ir comprar Coca e ficar reclamando do calor, não tem a Iandra pra me oferecer canudinhos de maionese sem maionese ou pra chamar Seu Nestor pra dar carona às quatro da manhã, não tem o Eduardo pra sempre levar um amigo novo nas nossas festas ou pedir carona de moto, não tem a Morgana pra defender o movimento ou dançar marchinhas de carnaval com um cigarro na mão, não tem a Nathália pra reclamar de tudo, nem a Marcele pra fazer cu doce e nem o Paulo pra imitar a Debora de “Alma Gêmea”. E o Cristo daqui não tem uma bola de luz no braço esquerdo!

É isso :)

segunda-feira, 8 de março de 2010

Vemos de tudo

Junto a essa simpatia toda dos cariocas, tem a loucura da cidade. Em cidade grande vemos de tudo. Desde estar na Lapa e ver desembarcando de um táxi ninguém menos do que o grande Ruy Castro (que eu idolatro) até ver pessoas vendendo guarda-chuva no mesmo instante que começou a chover. Juro que não entendo, mal começa a chuva e logo brotam pessoas com sombrinhas na mão! Será que elas ficam ali, o dia todo, esperando chover? E o melhor são as promoções óbvias: “Leve uma por R$ 5 e duas por R$ 10”.

Hoje fui visitar uma amiga e peguei um ônibus. Adoro andar de ônibus, devo ser a única pessoa no mundo que tem essa paixão... lá entram os mais diversos tipos de pessoas, o gostoso é sentar e ficar só observando. Nesses momentos penso que eu seria um cobrador de bus feliz... ia chegar em casa com mil histórias! Como por exemplo essas duas que presenciei: Na ida, uma moça sentou ao meu lado e durante o percurso recebeu duas ligações. As duas eram pra avisar que um tio tinha morrido. Tios diferentes. Um tio por parte de pai, e outro por parte de mãe. Ela não parava de chorar. Tive que consolar a viagem toda.

Na viagem de volta, entraram dois travestis. O corpo até podia se passar por mulher, mas uma delas, quando abriu a boca pra falar, sem brincadeira, parecia o Renato Russo. Fiquei em choque por instantes. Medo daquelas figuras. Muito medo. Ainda que elas falassem a língua dos homens, senti mais medo quando uma sorriu e puder ver a falta de um dente ali. As duas estavam indo, naquela chuva, fazer ponto em frente a “Quinta da Boa Vista”, de sombrinha. Sim, de sombrinha. É muita força de vontade! Ou então, é muita vontade de... de... bom, deixa pra lá.

Só sei que de boa vista, aquela “Quinta” não tinha nada.

domingo, 7 de março de 2010

Ser carioca

Uma coisa que eu aprendi já na primeira vez que pisei no Rio de Janeiro, é que posso não ter nascido aqui, mas o meu espírito, sem dúvida, é carioca. Aqui não tem depressão, seja na rua, no metrô ou num barzinho, se precisar conversar com alguém, vai ter sempre um carioca bem disposto ao seu lado, é incrível a simpatia e a educação dessa gente!

Como turista, sempre precisei de informações, de como achar tal bairro ou chegar a tal lugar, e aqui nunca fiquei na mão. Pelo contrário. O povo é muito atencioso, explica, não tem preguiça e se precisar, te leva até o lugar.

Na maior parte do tempo eu estou de bom humor, como um carioca da gema, a melancolia não tem vez, mas como o lugar que eu morava não cooperava comigo, muitas vezes no decorrer do dia eu me chateava. Balneário Camboriú, a cidade que morei minha vida toda, sobrevive do turismo – e não sei como, porque ser antipático com aqueles que nos visitam já virou um dom. Então, por mais bem humorado que eu acordasse e disposto a me relacionar educadamente com as pessoas, muitas vezes eu dava um “bom dia” em alguma loja e a pessoa só olhava com cara feia. Custa cumprimentar, perguntar “como vai” ou dizer um “volte sempre”? Ai que horrível ser assim minha gente! São pequenas coisas que fazem a diferença... e olha que não sou mulher de japonês!

Desse mal, aqui eu não sofro. E é uma delicia ver tanta gente com alto astral. Se encaixa perfeitamente com meu jeito de ser. Saio bem de casa, e volto melhor ainda. O assunto das conversas não importa, esse, na real é o de menos, o que vale é saber que sempre vai ter alguém disposto a te retribuir um sorriso.

sábado, 6 de março de 2010

Centro do Rio

Ainda não me encontrei por aqui, os primeiros amigos que fiz eram meio estranhos. Deram uma cortesia pra eu ir no "Pagofunk", uma festa que eles estavam organizando na favela de Rio das Pedras. Acho que não tem muito a ver comigo né... hahaha, tive que explicar ao Pitanga e Limonada que meu gosto é outro.


Saí pelo Centro e encontrei coisas ótimas. A cultura respira por lá. Acreditam que comprei ingresso pra assistir uma peça com a Rosamaria Muritinho e Natália Timberg por apenas R$ 5 reais? E quem me conhece, deve lembrar da minha vontade de ver a Rosamaria quando ganhei ingresso numa promoção pra assistir "Isaurinha" e no mesmo dia perdi... foi triste aquele dia, seria melhor não ter ganhado o ingresso. É a mesma coisa que dar o doce e depois tirar da criança.


Ah, mas que seja doce isso tudo. Hoje vou assistir "Hamelim", uma peça com o Vladmir Brichta, sobre um homem acusado de pedofilia.


Em SC alguns amigos achavam nojento o pastel que eu pedia, só pq vinha com passas. Não vão me dizer que mais alguém acha nojento? Minha Nossa Senhora das Uvas Passas, é a melhor coisa misturar um salgadinho com aquela uva! Descobri uns lugares aqui no RJ que eles colocam no cachorro quente e em sanduíches de pasta de frango ao molho curry (que eu amo) - comi ontem, R$ 4 reais, já com um Guaravita.


Adoro o centro do Rio! A primeira vez que eu fui, fiquei com péssima impressão, é muita gente andando pra lá e pra cá, muito barulho e sujeira. Mas você se acostuma. Ele tem uma coisa que eu não explicar, um clima especial. Aquelas construções enormes, históricas, dão vida àquelas ruelas estreitíssimas. Sinto a história do país passar por mim quando passo por ali. E a noite então! Dá um medo... do presente e do passado. Quando olho para Candelária, enorme, vejo a Fernanda Montenegro da arquitetura ali parada. O centro fica vazio e só vemos um ou outro mal encarado num canto e aquele silêncio sepulcral nas ruas antigas e desertas, como que se acontecesse alguma coisa, não adianta fugir, porque além dos bandidos aqueles prédios também te vigiam. Parece que aquelas construções monstruosas falam com você. É uma paisagem digna de cinema.



sexta-feira, 5 de março de 2010

São Sebastião

Cheguei no Rio de Janeiro em pleno aniversário da cidade! Tudo estava em festa! Pra que melhor presente aos cariocas do que minha chegada? haha

No dia teve show da Leci Brandão no Centro e do Gilberto Gil, na Cidade de Deus. Vontade de ir ver o Gilberto não me faltou, mas eu preferi não arriscar um encontro com o Zé Pequeno!

Quando vamos para um lugar novo, gostamos de uma recepção calorosa... mas se tratando do Rio, que faz 40º graus no verão, acho que nem sempre é calor que esperamos... pra minha surpresa, cheguei aqui morrendo de frio! O clima está uma delicia, dá pra bater perna a vontade sem suar! Tenho dormido de edredom todos os dias.

Ah, e falando em todos os dias, sabem o que ando fazendo? Caminhando. Isso mesmo. Caminho todos os dias. Vou pra orla e saio andando de ponta a ponta... mas não, não pensem que faço isso por saúde ou por amor a natureza. Faço porque é Ipanema. Não é a coisa mais linda e mais cheia de graça?