sábado, 6 de março de 2010

Centro do Rio

Ainda não me encontrei por aqui, os primeiros amigos que fiz eram meio estranhos. Deram uma cortesia pra eu ir no "Pagofunk", uma festa que eles estavam organizando na favela de Rio das Pedras. Acho que não tem muito a ver comigo né... hahaha, tive que explicar ao Pitanga e Limonada que meu gosto é outro.


Saí pelo Centro e encontrei coisas ótimas. A cultura respira por lá. Acreditam que comprei ingresso pra assistir uma peça com a Rosamaria Muritinho e Natália Timberg por apenas R$ 5 reais? E quem me conhece, deve lembrar da minha vontade de ver a Rosamaria quando ganhei ingresso numa promoção pra assistir "Isaurinha" e no mesmo dia perdi... foi triste aquele dia, seria melhor não ter ganhado o ingresso. É a mesma coisa que dar o doce e depois tirar da criança.


Ah, mas que seja doce isso tudo. Hoje vou assistir "Hamelim", uma peça com o Vladmir Brichta, sobre um homem acusado de pedofilia.


Em SC alguns amigos achavam nojento o pastel que eu pedia, só pq vinha com passas. Não vão me dizer que mais alguém acha nojento? Minha Nossa Senhora das Uvas Passas, é a melhor coisa misturar um salgadinho com aquela uva! Descobri uns lugares aqui no RJ que eles colocam no cachorro quente e em sanduíches de pasta de frango ao molho curry (que eu amo) - comi ontem, R$ 4 reais, já com um Guaravita.


Adoro o centro do Rio! A primeira vez que eu fui, fiquei com péssima impressão, é muita gente andando pra lá e pra cá, muito barulho e sujeira. Mas você se acostuma. Ele tem uma coisa que eu não explicar, um clima especial. Aquelas construções enormes, históricas, dão vida àquelas ruelas estreitíssimas. Sinto a história do país passar por mim quando passo por ali. E a noite então! Dá um medo... do presente e do passado. Quando olho para Candelária, enorme, vejo a Fernanda Montenegro da arquitetura ali parada. O centro fica vazio e só vemos um ou outro mal encarado num canto e aquele silêncio sepulcral nas ruas antigas e desertas, como que se acontecesse alguma coisa, não adianta fugir, porque além dos bandidos aqueles prédios também te vigiam. Parece que aquelas construções monstruosas falam com você. É uma paisagem digna de cinema.