domingo, 7 de março de 2010

Ser carioca

Uma coisa que eu aprendi já na primeira vez que pisei no Rio de Janeiro, é que posso não ter nascido aqui, mas o meu espírito, sem dúvida, é carioca. Aqui não tem depressão, seja na rua, no metrô ou num barzinho, se precisar conversar com alguém, vai ter sempre um carioca bem disposto ao seu lado, é incrível a simpatia e a educação dessa gente!

Como turista, sempre precisei de informações, de como achar tal bairro ou chegar a tal lugar, e aqui nunca fiquei na mão. Pelo contrário. O povo é muito atencioso, explica, não tem preguiça e se precisar, te leva até o lugar.

Na maior parte do tempo eu estou de bom humor, como um carioca da gema, a melancolia não tem vez, mas como o lugar que eu morava não cooperava comigo, muitas vezes no decorrer do dia eu me chateava. Balneário Camboriú, a cidade que morei minha vida toda, sobrevive do turismo – e não sei como, porque ser antipático com aqueles que nos visitam já virou um dom. Então, por mais bem humorado que eu acordasse e disposto a me relacionar educadamente com as pessoas, muitas vezes eu dava um “bom dia” em alguma loja e a pessoa só olhava com cara feia. Custa cumprimentar, perguntar “como vai” ou dizer um “volte sempre”? Ai que horrível ser assim minha gente! São pequenas coisas que fazem a diferença... e olha que não sou mulher de japonês!

Desse mal, aqui eu não sofro. E é uma delicia ver tanta gente com alto astral. Se encaixa perfeitamente com meu jeito de ser. Saio bem de casa, e volto melhor ainda. O assunto das conversas não importa, esse, na real é o de menos, o que vale é saber que sempre vai ter alguém disposto a te retribuir um sorriso.