sexta-feira, 26 de março de 2010

Tarda e falha sim


Mesmo a culpa do casal Nardoni estando bem explicita e a acusação nas mãos do excelente promotor Cembranelli, tenho medo da nossa Justiça. Não sei se as pessoas percebem, mas quando a justiça tarda, já está falhando. Justiça tem que ser feita agora. E ser cumprida sempre.

Alguns casos me surpreendem. O maior exemplo é dos assassinos da atriz Daniella Perez, que estão soltos. Mesmo admitindo a brutalidade, Guilherme de Pádua é pastor em uma igreja de Minas e Paula Thomaz virou advogada. Ironia, não? Um pregando a palavra de Deus, e outro da justiça. E mataram uma pessoa com 18 punhaladas. Quero saber se ele, tão violento e frio (a ponto de consolar Glória Perez, a mãe de quem ele matou) tem uma procuração pra falar em nome de Deus, já que tanto repete que está perdoado.

Boa parte do povo é burro, não estão nem aí para os fatos. Fecham os olhos para a realidade. Se comovem na hora, mas se esquecem da gravidade com o passar do tempo. É sobre o povo que pergunto: loucos ou cruéis? Exemplo clássico é daquela moça que casou com o Maníaco do Parque, mesmo sabendo que ele matou diversas mulheres antes dela.

Não posso dizer que sinto vergonha em ser brasileiro, por que não é só aqui que temos problemas com a impunidade. Até no Vaticano. Aliás, é tão clichê falar de padres pedófilos que às vezes isso soa mais como lenda do que realidade, talvez por este motivo tantos casos passam batidos. Uma coisa que está me intrigando sobre esse padre que abusava das crianças surdas-mudas, e que o Papa acobertou, é que só veio à tona agora que uma jovem abusada por ele veio à mídia. Mas ela fala?

Como cantaria Ana Carolina, lésbica e parte de um grupo que defende uma bandeira discriminada pela Igreja, e não por pedofilia, ao contrário dos padres que lá estão abusando de meninos e que são tão gays quanto: “peço paz aos filhos de Abraão, quero Gandhi na melhor versão”. E nada te faltará.