segunda-feira, 8 de março de 2010

Vemos de tudo

Junto a essa simpatia toda dos cariocas, tem a loucura da cidade. Em cidade grande vemos de tudo. Desde estar na Lapa e ver desembarcando de um táxi ninguém menos do que o grande Ruy Castro (que eu idolatro) até ver pessoas vendendo guarda-chuva no mesmo instante que começou a chover. Juro que não entendo, mal começa a chuva e logo brotam pessoas com sombrinhas na mão! Será que elas ficam ali, o dia todo, esperando chover? E o melhor são as promoções óbvias: “Leve uma por R$ 5 e duas por R$ 10”.

Hoje fui visitar uma amiga e peguei um ônibus. Adoro andar de ônibus, devo ser a única pessoa no mundo que tem essa paixão... lá entram os mais diversos tipos de pessoas, o gostoso é sentar e ficar só observando. Nesses momentos penso que eu seria um cobrador de bus feliz... ia chegar em casa com mil histórias! Como por exemplo essas duas que presenciei: Na ida, uma moça sentou ao meu lado e durante o percurso recebeu duas ligações. As duas eram pra avisar que um tio tinha morrido. Tios diferentes. Um tio por parte de pai, e outro por parte de mãe. Ela não parava de chorar. Tive que consolar a viagem toda.

Na viagem de volta, entraram dois travestis. O corpo até podia se passar por mulher, mas uma delas, quando abriu a boca pra falar, sem brincadeira, parecia o Renato Russo. Fiquei em choque por instantes. Medo daquelas figuras. Muito medo. Ainda que elas falassem a língua dos homens, senti mais medo quando uma sorriu e puder ver a falta de um dente ali. As duas estavam indo, naquela chuva, fazer ponto em frente a “Quinta da Boa Vista”, de sombrinha. Sim, de sombrinha. É muita força de vontade! Ou então, é muita vontade de... de... bom, deixa pra lá.

Só sei que de boa vista, aquela “Quinta” não tinha nada.