sábado, 26 de fevereiro de 2011

Ilhéus



Duas coisas que deram o que falar nesses tempos e não me chocaram. A GaGa e o Gago. A cantora no Grammy e o rei no discurso.

“O Discurso do Rei” não é um filme ruim, não mesmo, é até difícil não gostar dele ou exigir mais, porque é aquilo e pronto. Pela primeira vez gostei de uma atuação do Colin Firth, e é muito bom saber o que se passou antes do tal discurso, que desencadeou situações que refletem até hoje. Mas é isso. Um bom filme, um ótimo argumento, muito bem produzido, tudo bonitinho, digno de Oscar, mas nada espetacular, não saí pensando na história e nem querendo rever tão cedo.

Já a GaGa, bem, a Lady GaGa, por ser ela, é claro que é criado toda uma expectativa em cima de suas apresentações, também pudera, ela pede isso. Roupas de carne, sangue no palco, carbonizada com Elton John, quebrando carro, subindo no piano e coisas do tipo estão aí para provar. Mas dessa vez a apresentação foi tranquila, nada demais, bem abrasileirada até, com roupa e a dança a la Carla Perez e música com uma letra a la Caymmi. É ruim quando associam a imagem de uma pessoa à apresentações chocantes, pq quando ela vem “normal”, natural, é capaz de ser julgada até pelo Bento XVI. Aposto que ele ficou assistindo o Grammy e fazendo “mamama” nos intervalos.

Não entendo essa garota, o mundo inteiro virou fã, e até os mais poderosos do pop, como Madonna, viram que o negócio é não se revoltar pra não provocar discussões no estilo “qual é melhor?”. Tais certa Madonna, se não pode com o inimigo – que não é o caso, mas sabemos que no mundo da música pop a podridão é maior que em São Paulo, junte-se a ele. E pra não dizerem que a Gaga não chocou, numa ironia talvez proposital: ela chegou em um ovo.


Música pop não faz o meu estilo, mas gosto da Lady GaGa - até pq ela passeia em outros gêneros. Não sou fã do tipo que conhece todas as músicas, mas daquele que não se incomoda quando está tocando algo e gosta de ver um vídeo e outro no youtube, ela é uma artista de verdade, faz tempo que não aparecia alguém no POP com uma junção de talentos.

Ela é a oitentista mais século vinte e um da música, que dança, representa, tem uma voz linda e consegue chamar atenção da mídia pelo trabalho.