sábado, 30 de janeiro de 2010

Pérolas

Antes de uma postagem com maiores detalhes de como anda o Rio de Janeiro, só vou por aqui um diálogo interessante. Hoje, num metrô, uma carioca me falava sobre apartamentos pra alugar.

- Então moço, cê vai na rua "Teilor" e procura esse prédio, é bem em conta.

- E fica onde?

- A rua "Teilor" fica no bairro Glória, vai lá, não tem erro. É bem em conta...

- Ah sim, vou mesmo. Deixa eu anotar aqui...

- Nem precisa anotar, só lembra do nome da rainha e vai...

- Rainha?

- É sim, não é a Elizabeth "Teilor"?

-

- Não é?

-

Senhores passageiros, desembarque do lado esquerdo.

- Tchau moça, foi um prazer.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Odoiá


Hoje é meu último dia de trabalho. To com uma sensação estranha, é difícil desapegar de uma rotina que você leva há quase dois anos – e gosta muito. Terei que me acostumar, mas a vida é assim mesmo, quando você faz uma escolha, tem que estar preparado pra enfrentar todas as mudanças e cacos que aparecerão no caminho.


Quando eu to nessa fase de mudança, tudo é muito impulsivo. Cada decisão. Por exemplo, deixo de trabalhar hoje e amanhã já estarei no Rio. Quero conferir pessoalmente alguns detalhes e aproveitar pra dar uma passeada, espairecer um pouco. Lá quero dar uma olhada em apartamentos e como anda a questão de empregos – porque eu vou ter que trabalhar né? Será "eu por mim mesmo" e mais ninguém. Meu pai, única coisa que pode me enviar de onde ele está, é luz... sei que vai ser útil nos apagões da Cidade Maravilhosa, mas não é exatamente isso que preciso agora.


Engraçado vai ser a volta, por que sempre que viajamos tem aquela famosa depressão pós viagem, onde você vive praticamente um “sonho” nos dias que está viajando e depois volta para rotina. Mas no meu caso, QUE ROTINA? Eu não tenho mais rotina! Vou voltar e não tenho mais emprego! O dia inteiro livre! E sem Lost pra assistir – por pouco tempo, porque no dia que eu volto, estréia a sexta-temporada (isso que me conforta um pouco).

E
u volto dia 02 de fevereiro, mesmo dia que a Camila volta de SP para BC... então já sabem né, fevereiro é o mês da despedida, mês pra aproveitar como fosse o último. E a volta vai ser bem no dia de Yemanjá, espero que ela, a Rainha do Mar, não queira que eu me aproxime dela enquanto tiver voando sobre suas águas. Odoiá. A não ser que seja pro avião cair em Lost – uma participação especial até que cai bem, eles estarão no ar bem na hora. Um beijo e me desejem sorte.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Dica

Como sair de repente para kagar


Sexta Insana

Ontem assisti Terça Insana. Assim que cheguei ao teatro, fiquei surpreso com a platéia: vazia. Diferente da apresentação do ano passado, que lotou. E isso que nem era temporada! Pois é, "temporada"... essa palavra já teve efeito em Balneário Camboriú. Hoje nem mais. Janeiro é tão normal quanto agosto. A vantagem de não estar lotado é que puder escolher uma boa poltrona sem ter que jurar ninguém de morte.

Fiquei com medo de que com poucas pessoas criasse uma situação constrangedora pela falta de risos. Pq platéia cheia é gargalhada na certa, já uma coisa mais "intimista" a pessoa se reserva, se acanha. Por exemplo, eu, por mais engraçado que seja o que vou assistir, tenho costume de ficar sério - não é que eu não to gostando, to rindo por dentro, então dependo das pessoas que riem ao meu redor pro ator não se sentir rejeitado. Mas ontem, desse mal ninguém sofreu, o grupo é bom o suficiente pra fazer rir uma ou quinhentas pessoas. Eu mesmo, gargalhei diversas vezes.

Única coisa que não gostei muito foi das piadas sobre política. Nem eram tão engraçadas, então parece que estão forçando a situação, deixando explicito "estamos com a intenção de fazer um humor inteligente" ou "um espetáculo que critica a sociedade", mas nem colou. Já o resto, não tenho o que reclamar.

Quem não foi ontem, recomendo que vá hoje, eles estão com novos personagens, tudo de cara nova... textos bem melhores, atores novos, ah, enfim, um excelente programa para o sábado a noite.


quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Terça Insana


Não percam, sexta e sábado (dia 22 e 23 de janeiro) o espetáculo "Terça Insana" estará em cartaz no Cine Itália. Ano passado tive oportunidade de assistir uma apresentação do grupo aqui em BC e garanto: vocês não vão se arrepender, pessoalmente eles conseguem te fazer rir tanto quanto no DVD! E quem não conhece deveria dar uma conferida no Youtube!

E aí, quem tá afim?

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Deus é Bial

Não, longe d’eu estar elogiando o BBB. Nem gosto. E nem o critico por ser fútil, acho que o ser humano precisa de futilidade no dia a dia, mas eu não gosto porque realmente acho chato. E mais, acho que o primeiro eliminado quando ele entra no ar é um programa de qualidade que poderia estar no lugar.

A
quelas discussões filosóficas que os bêbados tem em bares, acontecem comigo e meus amigos em fast-foods. No shopping. O gás da coca-cola nos anima. Nada de álcool. Tenho trauma. Então ontem, no Burger King, discutindo com Jéssica, Maria e Nathália sobre as câmeras de segurança, ficamos pensando, com medo, nas pessoas que assistem essas imagens! Imaginamos elas rindo do nosso comportamento perante aos molhos do Whooper com Queijo, etc. Aí que surgiu o comentário de que seria legal se a nossa vida toda fosse filmada e que no juízo final nos entregassem uma fita, com todos os momentos, uma retrospectiva geral, bem fim de ano na Globo. Só que neste caso, do Globo.

I
maginem que legal: "volta a fita, põe lá no primeiro beijo..." - "agora coloca naquele dia na praia..." e por aí vai. Tudo bem cinematográfico.

A
í fomos além. Tomei mais Sprite (pq meus argumentos só saem a base de bebidas), e entrei no espírito Trumann pra defender a idéia que tudo não passa de uma brincadeira. Que a vida, apesar de ter sempre razão, é um grande reallity show comandado por Deus. Isso mesmo. ELE espalhou câmeras pelo mundo e nas horas de lazer dá aquela espiadinha. Ele é o Bial dos céus. O Big God Brasil. Até prova de líder no mundo real nós temos - só que o poder dura por quatro anos! Imagino – claramente – a cena dele apresentando o programa:


-
Salve, Salve Terráqueos! Agora vamos para a prova do anjo, vai lá Gabriel!

O
u então, quem sabe num paredão mundial:


-
E hoje com 7 pontos na escala Richter, você Haiti, está eliminado!


terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Conversa no futuro


(...) Meu neto... - o avô pegou nas mãos do menino e continuou, no nosso tempo, hoho-ho, a gente tinha que escolher música em Ipod! Nós nascíamos bebê naquela época... não é que nem hoje.

Tinha que ver... - o menino arregala os olhos, demonstrando interesse na conversa. A gente tinha que andar, pedalar... o notebook era coisa grossa, tão grosso quanto um guardanapo... isso pra você ver como eram difíceis as coisas...
Nós tínhamos que digitar tudo no teclado... as televisões eram aquelas de plasma, LCD, um horror! Só cabiam 2.000 músicas no MP3! Vocês deveriam agradecer a vida que tem hoje... porque no meu tempo... ai... que saudades do meu tempo... era tudo tão diferente...

As crianças sabiam aproveitar a vida, brincavam o dia todo no Orkut, no msn, nos blogs e youtube... Hoje em dia vê se dá pra ser criança? Essa tecnologia roubou essa fase da vida vocês... nem no myspace podem entrar mais!

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Desperdício

Aquela história que a vizinha sempre conta que deu comida pra um mendigo e ele jogou tudo fora porque na verdade queria dinheiro não me parece mais ser mentira depois que presenciei uma cena bem inusitada aqui em Balneário.

Dei essa flagra atrás do Shopping. Assistam. A imagem está péssima pq é de celular, mas eu não poderia deixar de filmar. E antes das imagens, dei meu show sensacionalista, pq todo mundo merece ser Sonia Abraao por um dia.


sábado, 16 de janeiro de 2010

Tánabu

Vou escrever o post de hoje com muito esforço e sob o efeito de duas cafiaspirinas e um Nitrix, pq não to aguentando ficar acordado. Se eu fechar meus os olhos, tenho medo não conseguir mais abri-los. Ta, eu exagerei, mas é algo mais ou menos assim. Se o texto ficar cheio de discordâncias, não me culpem, não vou ler de novo pq to muito cansado pra revisar o post.

O dia de ontem começou sem muita expectativa, mas esperançoso, por que era sexta-feira e toda sexta deixa aquela pontinha de alegria dentro da gente.

Trabalhei durante o dia e almocei no shopping com meu amigo Robson, no Burger King. Foi a melhor coisa que já instalaram nessa cidade! Quem ainda não conhece, deve ir, é muito melhor do que o MC, do que o Bob’s... e do que o Giraffa’s também – meio óbvio, dificilmente vamos encontrar algo pior. O que é aquela cozinha encardida e sem luz?


P
enso que a inauguração do Burger King, em certos pontos, é mais útil pra cidade do que a inauguração de muita coisa por aí, como por exemplo do TEATRO. Isso mesmo. Vamos combinar, ainda nem temos o “Theatro” e ele já ta dando mais confusão do que se tivéssemos dois. Às vezes fico pensando, “poxa vida, aquele teatro que não sai, aquelas obras paralisadas são o fim”... mas hoje ando pensando melhor: será que a cultura de Balneário Camboriú estaria diferente caso aquele teatro já tivesse pronto? É sério, isso é de se pensar, porque tem tanto prédio inútil aqui nessa cidade que é bem capaz de construírem um lindo elefante branco e deixarem às traças. Não precisamos apenas de um espaço, precisamos de iniciativa, pessoas que coloquem a cultura em prática. Se for pra ter mais um prédio sem utilidade, que então façam outro fast food que com certeza será muito mais proveitoso.

Então, depois de um maravilhoso Whooper com queijo no Burger King e refrigerante a vontade – sim, você pode se servir quantas vezes quiser, voltei ao trabalho e fiquei esperando a tarde passar, pra mais tarde ir na casa da Iandra ver filme.

A intenção era que fizéssemos uma sessão Almodóvar, mas parece que não podemos combinar nada, porque acabamos fazendo de tudo – menos um filme do Pedrinho Almodóvar. Mas valeu a pena, rendeu boas, ótimas, excelentes gargalhadas sobre tudo.

Depois fui pra casa me arrumar pra ir no Guacamole, tava com saudade daquele bar mexicano. Me encontrei com Maria, Nathália, Silvano e fomos. Tinha uma fila de espera gigantesca, então preferimos arriscar ir no DIDGE. Sempre tive vontade de ir naquele bar, é australiano, fica na Barra Sul, bem do lado do mexicano.

Então fomos no DIDGE, tudo muito bonito, exótico e um bom atendimento. Elogio o atendimento porque pediram minha identidade achando que eu era menor de idade... não tem coisas melhor do que isso! Me senti ótimo. Depois fui ao banheiro pra comemorar, me olhei friamente no espelho e com a voz da Marilia Gabriela repeti: Eu sou jovem.

Ontem descobri onde as mulheres bonitas de BC se escondem! Tudo no Didge! Não sei se dei sorte, mas tinham verdadeiras obras de arte em movimento por lá! É sério gente, deve ser pq as coisas por lá são caras, então pobre nem chega perto, e com dinheiro, até a Susan Boyle fica diva.

Na hora de comer fiquei meio receoso, com medo de abrir o cardápio e encontrar alguma coisa estranha pra aperitivo, tipo carne de soldado e tal, mas nada disso. Algo pior. Tinham patas de jacaré e filé de tubarão! Que é minha gente, pata de jacaré??? E era uma fortuna! Não como nem de graça, imagina pagando aquilo!

O lugar era todo australiano, então o cardápio, não podia ser diferente. Pratos com nomes esquisitos não faltavam. A vergonha de pedir informações sobre determinado prato tava todo tempo dentro de mim... “será que ela vai rir da minha pronúncia?”, “será que ela acha chato eu perguntar se tudo tem cebola?”... e por aí vai, única coisa em português de lá era o preço. Não entendo... Ir pra jantar em lugar assim não dá, é mais pra quem quer um petisco e tal, porque até o tempo que a mulher demora pra explicar sobre um determinado prato, é maior do que o tempo que você leva pra comer aquele prato – porque sempre vem uma mixaria nessas coisas. Isso é uma coisa que os franceses revolveram impregnar no mundo todo.

No fim deu tudo certo, comi muito e tudo era muito bom. Recomendo a todos. Só no final, quando cheguei em casa, que é a hora que noto como a carteira ficou vazia, que pensei: será que valeu mesmo a pena gastar mais de cinqüenta reais em batata?

Depois do DIDGE, fomos dar uma volta de carro pela cidade, encontramos o Jean, fomos jogar boliche, fomos na Praia Brava... depois voltamos pra beber alguma coisa em um quiosque da Av. Atlântica.... Ah, foi ótimo! Até eu fiquei impressionado com a quantidade de coisas que fiz ontem, nem lembrava que uma pessoa pode ver vários amigos em um dia e fazer coisas diferentes!

Um passeio que era pra começar às 21h e terminar lá por volta da meia-noite, já que hoje eu tive que vir trabalhar cedo, se estendeu pra depois das 04h da manhã... então a regra é essa minha gente: não combinem nada, porque vai acontecer de tudo, menos o combinado.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

O essencial é invisível aos olhos

Dizem nossos manezinhos da Ilha que no inicio do século o povo da praia do Campeche recebeu uma visita um tanto quanto inusitada. A história conta que um avião pousou naquela região e o piloto, era ninguém menos que Antoine de Saint Exupéry, o autor de “O Pequeno Príncipe”. Era uma época onde pousar de avião não era tarefa para qualquer um, e precisando de ajuda, ficou amigo do pescador Seu Deca, residente em Floripa.

Essa história foi passada de geração em geração, tornando o local conhecido por este acontecimento, tendo até mesmo uma avenida batizada de “Avenida Pequeno Príncipe”.

Para os mais letrados, esta visita não passava de “história de pescador”. Seu Deca foi considerado um “Pequeno Príncipe às avessas”, já que vivia enchendo a boca para contar sobre o Exupéry e poucos acreditavam. Dizia ele, que sem saber pronunciar o nome do Francês, o autor foi carinhosamente apelidado pelos manezinhos da Ilha de “Zé Perri”.

Uma pena que S. Deca morreu sem poder provar que realmente Exupéry se encantou com a beleza da Ilha e seus costumes, pois ano passado ele foi lembrado por todos da região. O sobrinho-afilhado do escritor francês veio até Florianópolis conhecer o local que foi, por um bom tempo, motivo de anotações nos cadernos do tio... e agora, para surpresa de todos, sabemos que tudo é a mais pura verdade e que os dois, de fato, se cativaram.

Uma história um tanto quanto parecida se repete aqui bem pertinho de Floripa, em Balneário Camboriú.

Já é antiga a lenda na cidade que há muito tempo, um avião “inglês” pousou na orla de Balneário, atrás de um combustível especifico. O povo sem entender muito bem o idioma, não teve uma comunicação de sucesso, mas devido ao luxuoso transporte e pela maneira cordial em que foram tratados, disseram a todos que quem estava dentro daquele avião era ninguém menos do que a Rainha. De tanto os “antigos” falarem nessa história, aquele pedacinho de chão foi nomeado de “Estrada da Rainha”, lá no Pontal Norte. Hoje poucos sabem dessa história.

Se era mesmo a Rainha, não se sabe. Todos que presenciaram o momento fazem questão de contar essa história para seus filhos e amigos. Por que não acreditar que era mesmo a Rainha, ou então, na melhor das hipóteses, achar Exupéry também veio dar o ar da graça aqui na Maravilha do Atlântico Sul? É uma inspiração e tanto!

Pelo menos temos história pra contar. Estou pensando em inventar alguma para explicar o nome do “Morro do Baiano”. Que tal dizer que o baiano Caymmi, então só, passou por aqui ao errar o caminho de Maracangalha?


Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas