terça-feira, 26 de outubro de 2010

só um ps

Ah, e para quem reclama do povo que fala sobre política no twitter, blog, etc, eu sinto pena. Sinceramente... como assim? É por não discutir política que depois você reclama que Tiririca foi o deputado mais votado de São Paulo. Discutir é uma coisa - tão necessário em 2010 quanto navegar no século XVI, já tentar enfiar suas ideias a força na cabeça de alguém é outra coisa, isso já é Testemunha de Jeová.

Dizem que é de Platão essa frase aqui, não tenho certeza quanto a origem, mas quanto ao conteúdo: tenho certeza que penso assim:



"O castigo para os que não se envolvem em política, auto-denominados apolíticos, é de serem governados por seus inferiores".

Chegando ao fim

Duro Dilmatar 13
ou
O Massacre do Serra Elétrico




Neste post, como diz um verso de Cazuza, "meu partido é um coração partido". Quero falar sobre as eleições. Mas não se preocupe, não vou escrever como se tivesse em uma mesa de bar e fosse o dono da palavra, longe disso, aliás, não vou nem defender o meu candidato, e nem dizer quem é. Sei que é chato quando temos opiniões contrárias e alguém tenta nos impor a sua visão política. Tenho horror a isso! Eu tenho a minha. Você tem a sua. Podemos ser amigos? Sim, podemos, não vamos nos sujar por quem, quando eleito, não está nem aí para nós. A maior infatilidade, e imbecilidade, é levar para o lado pessoal brigas por candidatos. Logo deve sair alguma pesquisa, dizendo que a taxa do uso de "belém belém nunca mais fico de bem" aumenta significativemente a cada dois anos, em período eleitoral.

Gosto de conversar, e discutir, sobre política, quando o outro em questão também quer, como não é este caso, apenas quero fazer alguns comentários e dar uma pincelada no que me chamou atenção.

Dia 31 deste mês está chegando, além de Halloween é a data marcada para o dia final, e crucial, do segundo turno destas eleições... e a pergunta, que todos nos fazem, é: vai de Serra ou de Dilma? Claro, o curioso pergunta se referindo às eleições, embora eu acredite que caiba melhor ao Halloween, porque convenhamos, eita candidatos feios nesta campanha, hein!
Mas tudo bem, é eleição para a Presidência, e não Miss Brasil. Beleza não é um ponto importante a ser analisado na escolha de quem merece seu voto. O povo, em sua maioria, vota por semelhança ou identificação aos seus candidatos, geralmente, é claro, em relação as suas propostas... até mesmo porque, se fosse por semelhança física, num país como o nosso, cheio de gente feia, com candidatos mais feios ainda, teríamos que abrir um terceiro turno. Graças a Deus que não é assim. Ninguém merece perder mais um domingo... dois ta bom, para evitar que percamos quatro anos.




A cada quatro anos tudo muda no Brasil. Só o brasileiro que não muda. Alguns mudam, claro, pintam o cabelo, fazem lipo e colocam silicone, mas me refiro mesmo aos engravatados que colocamos na Assembléia... não entendo como votam no Zé da Padaria, na Maria do Repolho, no Romário e nos Tiriricas da vida... voto de protesto? Onde? Protesto com quem? Como disse o Alexandre Nero, é como se em um assalto dizer para o bandido "Pare, se não eu atiro" apontando a arma para a própria cabeça.

O que eu não entendo, é que esse assunto já virou tabu, nem sei porque ainda tô falando disso... todos criticam Tiririca, todos falam mal deste episódio, mas e aí, cadê os mais de um milhão e trezentos eleitores que votaram nele? Ninguém pra defender? Mas eu entendo, nessa situação o melhor mesmo é recorrer ao silêncio, do contrário o esperma mal desenvolvido que votou nele corre o risco de levar uma voadora do vizinho, que ganhou mais um palhaço (inclusive no sentido literal da palavra) para representá-lo e perdeu mais uma vez a oportunidade de colocar alguém que pense em seus filhos, na sua segurança, educação. Agora todos ficam calados. Nem Florentina se manifesta.

Nessa campanha presidencial teve um candidato que mereceu muito meu respeito, o Sr. Plínio de Arruda Sampaio, do PSOL. Não, eu não votei nele, mas isso não impede que eu reconheça a importância que este homem, tão carrancudo e simpático, teve na eleição. Começando que por ser de um partido tão pequeno e de uma importância menor ainda para a corrida presidencial, nem espaço na TV ele tinha, mas fez valer seu direito e conseguiu um espaço nos debates. E ele soube aproveitar esse tempo, e o melhor de tudo é que ele usou para nos representar. Isso mesmo. Como ele sabia que não iria ganhar, e todos nós também sabíamos que não tinha sequer chance para um segundo turno, ele não tinha o que temer. Foi lá exclusivamente para levantar a bandeira de seu partido, tão novo e tão pequeno - tanto que nas considerações finais dos debates, era voto para seus deputados que ele pedia, e popularmente falando, ele também foi "jogar merda no ventilador". Uma espécie de kamikazi, sem medo. Mais ou menos como age uma pessoa do dia-dia que não crê nem no céu e nem no inferno, que por não temer as consequências é capaz de tudo. Desse sim, na vida real, temos que ter medo. E na política, é desse, que sabe que não vai ganhar, que os candidatos temem ouvir... principalmente quando ele tem voz em rede nacional. Ele deixava claro o que realmente pensava, independente dos "dogmas" da polítca, se mostrava conhecedor das artimanhas do governo, por já ter experiência, e deixava o opositor sem ação diante do que falava. Ele não precisava fazer charme nem se fazer de bom samaritano para cordialmente enfrentar o outro candidato. Não fazia rodeios nem cerimônia, dizia tudo que realmente pensava. Com este comportamento o Plínio deixava os candidatos em uma saia justa, situação muito importate para nós eleitores, que víamos como o nosso candidato reage nesse tipo de situação.



Plínio estava em um lugar que muitas vezes nós já tivemos vontade de estar. Os "adversários" dele não podiam simplesmente se rebelar e mandá-lo calar a boca, mesmo que fosse essa a maior vontade, estamos falando de política, era preciso ser diplomático para qual fosse a acusação, principalmente porque não era uma reunião fechada, era um debate eleitoral sendo assistido no Brasil inteiro. Eles eram pegos de surpresa. Quem não gostou de ver a cara do Serra, depois de discursar de boca cheia sobre a educação em SP, a verdade, de que os professores de lá tem um péssimo conceito dele? Ou então Dilma, quando se orgulhava do nosso salário mínimo, e Plínio disse que ela jamais conseguiria se vestir daquele jeito se ganhasse essa mixaria? Ele fez o papel da vó ranzizanza, que já não precisa mais agradar ninguém. Ele falou isso e muito mais, a todos, em rede nacional... mostrando ser um homem muito inteligente, com muita astúcia, plantando até a sementinha do socialismo na Rede Globo, jogando no ar propostas sensatas e absurdas... como por exemplo do salário mínimo brasileiro, onde disse que deveria ser dois mil reais e que sim, isso era possível. Nunca vou me esquecer do rebolado da Dilma tentando sair dessa. Confesso que sinto falta dele nos debates, tinha que ter alguém pra interferir e não ser formal para dizer "isso é mentira". Fomos muito bem representados, Plínio além de inteligente é muito politizado, viu a democracia nascer nesse país... aliás, pela idade, o que o Plínio não viu nascer?

Marina Silva também se destacou, e mereceu, foi a grande surpresa desta eleição. E Marina combina muito com o PV, é o tipo de pessoa que quando tentamos associar a uma cor, a primeira que vem é o verde. Já é de natureza. Até mesmo quando ela era petista. Toda sua biografia, o passado de seringueira, a vida na floresta, mostra que realmente sua ideologia faz jus ao partido... a não ser que ela escolheu se filiar ao Partido Verde por causa do número 43, que talvez, maldosamente penso eu, possa ser seu peso. Se engana quem pensa que ela, por ser magrinha e aparentemente fraquinha, não tem bagagem e capacidade pra enfrentar os problemas do país e ser merecedora destes vinte milhões de votos que conquistou. Pois é isso que ela fez, conquistou. Ganhou um minuto a mais na televisão e provou que foi o minuto mais bem aproveitado do mundo, sendo destaque inclusive em jornais da Europa e EUA. Graças a ela que temos um segundo turno, para azar dos petistas e folgados que perderão mais um domingo de praia, e sorte dos tucanos, que ganharam mais um mês pra tentar chegar ao Planalto.




Ao contrário de Serra e Dilma, que usam o nome de Deus em todo canto deste segundo turno, eu admiro Marina, que não jogou religião na cara de ninguém. Logo ela, evangélica, tão taxada por ser conservadora, se mostrou mais racional na campanha, falando até em plebiscito sobre casamento entre homossexuais, tanto que por este comportamento, foi retirado o apoio do pator Silas Malafaia, o todo poderoso da Assembléia de Deus. Isso sim é político, que independente de qual for sua opinião, pessoal ou religiosa, vai de acordo com o que for a vontade do povo. Isso se chama democracia. E de que adianta agora discutir o aborto? Os políticos já nasceram mesmo...

Vivemos em uma democracia... tão democrática que votar é obrigatório. Claro que é maravilhoso hoje em dia todos nós podermos votar, poder fazer valer esse direito que conquistamos, usufruir e participar da escolha de quem irá governar nosso país, mas há um erro aí: não temos o DIREITO de votar, temos o DEVER. E a palavra "democracia" não cabe a isto. O voto tem que ser facultativo, vota quem quer.

Acho engraçado, e se eu fosse mais patriota acharia triste, que o povo vota por simpatia, por "áurea" e sorrisos, e não por propostas... ouço tanto ‘Não voto no Serra porque ele é tão fechado, não sorri’ ou então ‘Eu?? Votar naquela sapatona da Dilma?? Cruzes’. Como assim gente? Já estamos em 2010, como é possível ainda existir esse tipo de gente? Tudo bem dizer que o Serra se parece com o Drauzio Varela, com o Nosferatu e com o Mr. Burns de ‘Os Simpsons’, ou então ver a semelhança da Dilma com a Mônica, do gibi (eu até acho a Dilma super parecida com a Mônica, e nem é pq ela também tem um amigo que fala errado), mas decidir votar ou não votar em alguém pela aparência é demais...



Eu tenho o meu candidato. Mas não dou minha vida por ele. Deixem os xiitas no Oriente. Independente se ganhar ou não, não vou entrar em depressão nem xingar no twitter... e pra finalizar, mando uma do Genival Lacerda, em ritmo de forró:




Não importa se o pato é macho ou fêmea.
Eu quero é ovo!

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Voltando

Como vocês podem ver, pelas traças, aranhas e cupins aqui nesta página, deixei o blog “um pouco” abandonado. Durante todo esse tempo aconteceram muitas coisas, aos poucos escreverei aqui... fui a muitos shows, peças de teatro, palestras, debates, passeei bastante e até recebi visitas! Também quero falar sobre as eleições, trabalho, séries que assisti, novelas, mortes e até sobre os mineiros soterrados. Mentira, sobre os mineiros não, esse assunto é muito complicado, me confundo todo... vi algumas entrevistas com os mineiros e fiquei impressionado como quase todos falavam em espanhol, nem sabia dessa fluência toda em Minas Gerais.

Minha última postagem foi em julho, o mês que viajei para Balneário Camboriú pela primeira vez depois que me mudei pro Rio de Janeiro. Acho que tinha tanta coisa pra escrever que fui deixando “tudo pra depois”. E já estamos em outubro! Enfim, o “depois” chegou.

Após essa viagem de julho, fui mais duas vezes pra lá... nesse período, deu tempo de alguns mineiros ficarem presos em uma mina, de serem resgatados, do Tiririca se eleger deputado, de ser cassado, dele recorrer, do Niemayer fazer aniversário e até do Saulo, de Passione, morrer. Menos tempo pra eu atualizar o blog. Deu até tempo de “Pa Panamericano” ser a música mais tocada do momento e de acharem o Antonio Nunes.

Cada vez que volto, meu corpo estranha a mudança absurda de ambiente. Como vocês sabem, o Sul tem um inverno bem característico e rigoroso, e o Rio de Janeiro... bom, o Rio de Janeiro... nem preciso dizer nada né? A expressão Rio 40 graus já define. E não é brincadeira... um dia frio aqui eu aguento de bermuda e camiseta!

Tenho usado mais o twitter, deletei o Orkut... e a internet acesso mais pelo celular. Agora estou voltando com o blog... só me “afastei” uns dias até minha vida se estabilizar novamente. Acho que qualquer um nessa situação, em meio a tanta novidade, loucura e confusão faria o mesmo...

Vejam só, no dia que saí de Santa Catarina para voltar ao Rio:





E agora essa, no dia que cheguei:




Loucura né? E o contraste não para por aí... vai mais além, que no decorrer da semana eu conto melhor, com detalhes.



Urubici – Santa Catarina
Sim, até neve! Pra quê Alpes Suíços se eu sou pobre e existe Urubici?